Sábado, 21 Setembro 2024 | Login

A Prefeitura de Camaçari, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), informa que aplicará novos selos de validação artístico-cultural no Mapa Cultural nos próximos dias. A proposta visa abrir repescagem para os profissionais da área da cultura e de eventos, considerados inaptos a requerer o benefício na primeira avaliação, ou seja, os aqueles que realizaram o cadastro dentro do prazo estipulado, que encerrou dia 25 de maio.

De acordo com a Secult, a nova oportunidade será possível mediante saldo remanescente do benefício disponível, que se deu após a peneira de vulnerabilidade executada pela Secretaria do Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedes) identificar que, alguns trabalhadores não atendiam aos critérios determinados por lei.

Entre os problemas encontrados no momento da verificação e validação do selo, estão: a ausência de informações no ato do preenchimento no Mapa Cultural; a falta de comprovação de que é um trabalhador no segmento cultural, que é possível através de fotos, vídeos, portfólio ou materiais de divulgação de prestação de serviço; dentre outros.

A pasta esclarece ainda, que este público específico será reavaliado para recebimento do selo e posteriormente requerer o benefício com a entrega da documentação nos pontos de atendimento.

A iniciativa, que é resultado da parceria da Secult e da Sedes, prevê o pagamento no valor total de R$ 900 a serem pagos em três parcelas fixas, iguais e consecutivas de R$ 300 aos trabalhadores culturais. Para mais informações os trabalhadores também poderão entrar em contato com secretaria através do telefone da Comissão Especial de Avaliação da Secult (CEASC) (71) 3644-9824 ou do atendimento virtual (71) 99981-7918.

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Na manhã desta segunda-feira (14/6), o prefeito Elinaldo Araújo conheceu de perto o processo de fabricação de telhas ecológicas ao visitar a empresa Atlântico Bahia, localizada na Via Atlântica (BA-530), no Polo Industrial de Camaçari. A produção do material é feita a partir de produtos recicláveis extraídos de embalagem longa vida, que são caixas de leite, de sucos, de achocolatados, dentre outros.

Durante a visita, o gestor municipal teve conhecimento de todas as etapas de fabricação do produto, do início ao fim. A proposta da empresa é trazer inovações e soluções ambientais usando metodologia e consciência sustentáveis, o que faz com que eles coloquem no mercado telhas ecologicamente corretas, feitas integralmente com material reciclado, o que, sobretudo, ajuda a cuidar do meio ambiente.

Na oportunidade, o proprietário da Atlântico Bahia, Diego Batista, informou sobre a dificuldade em ter acesso à matéria-prima no município, o que faz com que, não só eles, como as demais empresas do ramo, sejam obrigados a buscar em outras cidades e com custos altíssimos.

Diante da informação, o prefeito falou que o fortalecimento das ações de incentivo à coleta seletiva no município faz parte das ações de governo. “Se temos a demanda, temos que buscar meios para atender o mercado. Dessa forma, ganha todo mundo. Além do município, sai ganhando toda a cadeia que se sustenta do trabalho com a reciclagem de materiais”, destacou.

O prefeito falou ainda da realização de ações para implantação de estudos visando o fortalecimento dos empreendedores do ramo de reciclagem do município, além da promoção de campanhas de conscientização da população sobre a coleta seletiva. “Nesta perspectiva, coloco o corpo técnico dos profissionais da administração municipal à disposição para dar celeridade nessas iniciativas”, o que segundo ele, contribuirá com a geração de emprego e renda, pontuou Elinaldo.

Estiveram presentes na visita os secretários do Desenvolvimento Econômico (Sedec), Waldy Freitas; do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur), Andréa Montenegro; dos Serviços Públicos (Sesp), Arlene Rocha; além da coordenadora do Centro de Integração e Apoio ao Trabalhador (Ciat), Michele Almeida.

Atlântico Bahia

Instalada no município desde 2017, a empresa gera 30 empregos diretos. Credenciada a Tetra Pak, que é a fabricante das caixas longa vida, a fábrica atende com a produção das telhas recicláveis toda a região Nordeste. De acordo com o proprietário, a ideia é ampliar os negócios em Camaçari, mas para tanto precisa ter acesso fácil à matéria-prima.

 

 

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O governador Rui Costa voltou a condenar todo tipo de aglomeração que tem sido promovida no estado da Bahia, que passou por mais um fim de semana com diversas ocorrências. Durante coletiva na manhã desta terça-feira (14), além de lamentar a insistência da população em organizar e participar de festas clandestinas, Rui afirmou temer o que pode acontecer durante o São João e disse que o governo não tem mais como endurecer as medidas restritivas em território baiano.

"Por enquanto, fica toque de recolher e, pra todo período de São João, a suspensão de transporte intermunicipal. De resto, cabe mais pedir o apoio dos municípios para aumentar a fiscalização já que são eles que possuem mais capilaridade pra fiscalizar do que o Estado", afirmou.

O governador disse ainda que tem recebido sugestões de medidas, mas que, por enquanto, nenhuma será aplicada além das anunciadas. "Eu tô recebendo pedidos pra fazer decreto proibindo fogueira. Não vamos fazer isso porque tem pouca eficácia. Primeiro que você não pode propor aquilo que você não tem capacidade de fiscalizar. E também seria lutar contra uma tradição histórica e cultural. O que a gente pede é que as pessoas não aglomerem pois estarão colocando suas vidas em risco", declarou.

Rui aproveitou para fazer um apelo aos baianos, pedindo que tenham consciência de evitar aglomerações e preservar a sua própria saúde e a dos seus familiares.

"Nós estamos muito preocupados com o período junino. Toda data comemorativa, mesmo familiar, implicou duas semanas depois em uma alta de casos. E se isso se repetir pós São João, com uma taxa tão alta de ocupação de leitos, podemos ter um mês de julho ainda pior do que foi em março. Quero refazer o apelo para que as pessoas se cuidem e não deixem de usar máscara para se protegerem", pediu.

Encosta em Praia Grande
As afirmações do governador foram dadas durante um ato da inauguração de contenção de encosta localizada na altura da Rua Amazonas, no bairro de Praia Grande, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. A obra foi conduzida pela Conder, empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedur).

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Volta às aulas, vacinação dos professores, protocolo sanitário nos ambientes educacionais e reformas nas unidades de ensino da sede e costa do município. Estes foram alguns dos assuntos tratados durante uma reunião do prefeito Elinaldo Araújo e a gestora da Secretaria da Educação (Seduc), Neurilene Martins, no fim da tarde desta quinta-feira (10/6).

Na ocasião, a secretária da Seduc informou ao gestor do município que, 100% dos professores já receberam a 1ª dose da vacina contra a Covid-19. Outra boa notícia é que mesmo em período de pandemia, e atentos a todos os cuidados preventivos necessários, os trabalhos de requalificação das unidades de ensino seguem avançando, o que resulta um total de 90% das escolas, entre sede e costa, em condições seguras de funcionamento.

Nos próximos dias, mais uma unidade escolar será entregue à comunidade totalmente requalificada. Trata-se do Centro de Atenção Integrada à Criança e ao Adolescente (Caic), localizado no Phoc I.

Para o prefeito Elinaldo, a reunião serviu para avaliar os trabalhos que estão sendo executados já no sentido de projetar o retorno das aulas, quando o ensino presencial for restabelecido. “Criamos o protocolo de segurança para ambientes educacionais e entregamos o kit escolar que é composto pelo fardamento, tênis, livros e mochila. Então desse modo, estamos organizados para o volta às aulas, no qual deverá ser discutido com os sindicatos, os conselhos, o Ministério Público e a secretaria da Saúde, de modo a garantir a segurança de servidores e alunos”, explicou Elinaldo.

A administração municipal está concentrada na execução de atividades que possibilitem um espaço seguro para docentes, discentes e colaboradores no momento em que a retomada as atividades presenciais forem autorizadas, assim como no processo operacional de construção de uma educação eficaz. Com isso, realizou nesta quarta-feira (9/6) o processo licitatório para compra dos computadores que auxiliará os profissionais na construção de planos e projetos escolares. O processo deverá ser finalizado ainda este mês de junho.

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A atuação da Prefeitura de Camaçari, por intermédio da Superintendência de Trânsito e Transporte Público (STT), durante a ação Comércio Unido Salva Vidas, foi suspensa, e com isso está liberado o estacionamento ao longo das vias Getúlio Vargas e Adelina de Sá, situadas no Centro da cidade, respeitada a sinalização implantada no local.

O órgão explica que já foram retiradas as barreiras que impediam o acesso às ruas citadas. A STT reitera o compromisso de buscar alternativas que melhorem o tráfego de veículos e pedestres em vias públicas. Segundo o diretor-superintendente da STT, coronel Alfredo Castro, condições desfavoráveis operacionais foram os motivos que levaram a suspender a participação do órgão na ação.

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Com a chegada do período mais frio e com a umidade relativa do ar maior que em outras épocas do ano, cresceu em Camaçari o número de crianças dando entrada na UPA Pediátrica com síndromes respiratórias. Nos últimos 15 dias a média diária de atendimento na Upinha é de 85 crianças.

Outro dado alarmante é o grau dos sintomas, o que tem feito aumentar o número de crianças internadas diariamente. “Nos últimos 10 dias temos tido em média 10 crianças internadas na UPA Pediátrica todos os dias e cerca de 60% delas aguardando regulação. É um número expressivo que nunca ocorreu desde a inauguração da Upinha”, explica Elaine Teixeira, diretora de Atenção à Saúde da Secretaria de Saúde de Camaçari.

Atualmente a UPA possui uma sala vermelha e quatro leitos de observação. “Entretanto, ampliamos a capacidade de internamento para 10 devido a necessidade. O que mais tem chamado a atenção é o número de crianças chegando com síndromes respiratórias mais do que o normal se analisarmos a série histórica no município”, ressalta Elaine Teixeira.

A maioria das síndromes respiratórias não estão relacionados à COVID-19, entretanto o número de crianças dando entrada com a COVID também cresceu. “Se compararmos com 2020, este ano, principalmente de abril para cá, o número de crianças que chegam na UPA positivas para COVID-19 cresceu. A maioria com sintomas leves, mas algumas precisam ser internadas e reguladas para leitos COVID. Enquanto ficam internadas na Upinha elas ficam em isolamento até o quadro melhorar ou serem transferidas”, alerta a diretora.

Em 2020 a Vigilância à Saúde de Camaçari registrou 227 casos positivos da COVID-19 em crianças de zero a 12 anos. Somente nos cinco primeiros meses deste ano já foram 332 casos positivos. “No mundo todo ainda não se conhece tão profundamente o comportamento da doença. Mas, uma coisa é fato. As variantes circulantes nesse momento têm acometido um número maior de crianças quando comparado ao ano de 2020. Graças a Deus não temos o aumento de casos positivos não tem se refletido em óbitos. Desde o início da pandemia tivemos um óbito de uma criança nessa faixa etária em Camaçari”, esclarece Alcione Vasconcelos, diretora da Vigilância à Saúde.

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Um grupo armado explodiu um posto bancário do Bradesco, na madrugada desta quinta-feira (10), localizado na Rua Filogônio Gomes de Oliveirano, em Barra de Pojuca, distrito de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

A Polícia Militar relatou que homens armados em três veículos explodiram o posto bancário utilizando explosivos e dispararam tiros contra o posto, que teve sua área interna parcialmente destruída, e em seguida fugiram.

A ocorrência foi acompanhada por agentes da 59ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) , mas a corporação ainda não confirma se houve feridos ou presos, nem a quantia em dinheiro que os criminosos conseguiram levar.

De acordo com o Sindicato dos Bancários, Bahia atinge a marca de 30 ataques a instituições bancárias só em 2021.

 

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Seis anos depois da morte da vítima, veio a sentença. Na última segunda-feira, Edineide Santos de Jesus foi condenada por racismo, na modalidade preconceito religioso, cometido em 2015 contra a ialorixá Mildredes Dias Ferreira, conhecida como Mãe Dede. A ialorixá sofreu um infarto na ocasião e faleceu. Essa foi a primeira decisão colegiada de condenação criminal por intolerância religiosa na Bahia e reflete a dificuldade de punir crimes ligados ao preconceito.

Edineide é membro da Igreja Casa de Oração Ministério de Cristo, que fica na Rua da Mangueira, em Camaçari, próximo ao Terreiro Oyá Denã, dirigido pela ialorixá. Em 2014, os ataques começaram. Especialmente durante o mês de maio de 2015, a casa de candomblé foi alvo constante de ataques verbais. A cada ritual, aos gritos de “sai, Satanás!”, “queima, Satanás!”, dentre outros, Edineide e outros membros costumavam insultar os integrantes do candomblé, com o auxílio de microfones, durante as atividades da igreja evangélica.

Segundo a família de Mãe Dede, sua morte por infarto, em 2015, aos 90 anos, aconteceu após a ialorixá ter a saúde agravada pelo racismo religioso. Uma testemunha afirmou que, no dia da morte da Mãe de Santo, ela estava aflita por conta da vigília que ocorria na igreja evangélica, com abuso de som e sendo possível escutar as falas “sai, satanás”, direcionadas ao terreiro.

No mesmo ano, o Ministério Público ofereceu uma denúncia contra os pastores evangélicos da Igreja Casa de Oração Ministério de Cristo, Edneide Santos de Jesus e Lindival Viana de Santana, por praticarem, induzirem e incitarem a discriminação e o preconceito de religião contra integrantes do Terreiro de Oyá Denã.

Em setembro de 2019, a juíza Bianca Gomes da Silva, da 2ª Vara Criminal de Camaçari, condenou Edineide pelo conjunto de provas. A defesa da religiosa recorreu da decisão. O recurso foi relatado pelo desembargador Nilson Castelo Branco, da 2ª Turma da 1ª Câmara Criminal do TJ-BA. No relatório, ao manter a sentença questionada, o desembargador afirmou que “a liberdade de expressão, mesmo a religiosa, da denunciada, ainda que protegida constitucionalmente, não pode ser tida como absoluta de modo permitir o aviltamento a culto distinto, através de expressões que violam a norma penal”.

Condenação difícil

De acordo com o desembargador Lidivaldo Reaiche Britto, a condenação de Edineide agora foi confirmada em 1 ano de prisão, mas, por ser ré primária, dentre outros fatores, a pena foi convertida à prestação de serviços comunitários. O crime, neste caso, foi o racismo na modalidade preconceito religioso. Ele está previsto no artigo 20 da Lei 7.716/1989. Para esse tipo de crime, a pena é de 1 a 3 anos de prisão. A condenação de Lindival não pode ser efetivada por falta de provas contra ele.

“O serviço comunitário deve acontecer durante o mesmo período da condenação que, nesse caso, é de um ano. Ele normalmente acontece em hospitais, escolas e órgãos públicos, voltados para a área administrativa, pedagógica ou de fiscalização, por exemplo. Quem fiscaliza isso é a Vara de Execução Penal, que também vai determinar as especificações do serviço”, explica o desembargador.

Sobre o motivo da morte, o desembargador acrescentou. “Houve o abalo psicólogo. Não pode haver a criação do nexo causal entre a morte e os ataques, mesmo sabendo que existe uma relação. Já não é o primeiro caso, inclusive. Tivemos a morte de Mãe Gilda após o sofrimento por intolerância religiosa”, explicou.

Para Leonel Monteiro, presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia (AFA), um dos obstáculos para chegar à condenação é o enquadramento dos crimes. “A maioria dos operadores do direito, em todos os níveis, têm dificuldade de entender que os fatos que acontecem são motivados por intolerância religiosa e racismo religioso e não por outra coisa. Por exemplo, se um vizinho de um terreiro coloca um som alto toda vez que tem qualquer coisa no terreiro, ele não está perturbando o sossego alheio, ele está sendo intolerante e tentando impedir o culto”, coloca Monteiro.

Para que se chegue a uma denúncia é preciso vencer o primeiro obstáculo: as delegacias. Na Bahia, ainda não há uma delegacia especializada em crimes relacionados ao racismo e à intolerância religiosa. “A gente vem lutando por uma delegacia especializada há 10 anos. Muitas vezes, quando se chega numa delegacia comum para denunciar esse tipo de crime, o caso é tido como briga de vizinho, insulto, enfim, qualquer coisa, menos intolerância”, destaca o presidente da AFA.

De acordo com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi), entre 2017 e 2018 houve um aumento de 124% nos crimes de intolerância religiosa cometidos no Estado. Já na série histórica dos últimos seis anos, esse crescimento chegou a 2.250%. Segundo dados do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), foram registradas, através do aplicativo Mapa do Racismo, 107 denúncias em 2019 por intolerância religiosa e racismo. Já no ano passado, até o mês de novembro, foram 219 denúncias.

Racismo estrutural: Justiça caminha a passos lentos

De acordo com o Promotor de Justiça Edvaldo Gomes Vivas, coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (Caodh), o fenômeno da intolerância religiosa, no Brasil, está diretamente ligado à herança da escravidão. “Não sendo mera coincidência que são os adeptos de religiões de matriz africana aqueles que mais sentem na pele esse tipo de prática odiosa e criminosa”, coloca.

Ele concorda que falta amparo às vítimas e que uma resposta efetiva caminha a passos lentos. “Os processos, embora sejam imprescritíveis, podem levar anos na justiça até que se consiga realmente uma condenação efetiva. E o próprio fenômeno do racismo estrutural pode impedir que haja a devida sensibilização dos órgãos de Justiça por parte de nós delegados, promotores e juízes, na forma como enxergamos as múltiplas formas pelas quais o racismo se traduz no Brasil”, opina.

Mas, para o promotor, a condenação confirmada na segunda-feira, no caso de racismo religiosos contra Mãe Dede, é motivo de comemoração. “É a utilização do Direito Penal para garantir os direitos humanos. Estamos demonstrando às pessoas que existem limites. A gente exorta a população a ter fé nos órgãos de sistema de direito e apostar neles para que a gente possa realmente debelar essa prática criminosa e odiosa”, conclui.

Há 22 anos sem desfecho, caso de Mãe Gilda instituiu data nacional

O dia 21 de janeiro é o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data foi escolhida em homenagem à Ialorixá Mãe Gilda, falecida como vítima da intolerância religiosa em 1999, um caso semelhante ao de Mãe Dede, em 2015. Mãe Gilda teve seu terreiro, o Ilê Axé Abassá de Ogum, invadido e depredado por representantes de outra religião.

Seus problemas de saúde se agravaram em decorrência dos ataques de ódio e agressões verbais e físicas que sofreu de seguidores da Assembleia de Deus dentro de seu próprio terreiro, em Itapuã.

Para a ialorixá Jaciara Ribeiro, de 53 anos, filha biológica de Mãe Gilda, as pessoas ainda não conseguem associar o ato de intolerância ao crime e violência. São insultos, cuspes, xingamentos e espancamentos. Ela ressalta ainda a dificuldade de seguir com a luta.

“E a gente ainda fica sujeito a parecer que está de vitimismo, que quer ser a garota propaganda da dor. Isso adoece o nosso povo. Mas a gente não pode se calar”, diz Jaciara.

Mas, infelizmente, a invasão e depredação do terreiro de Mãe Gilda foi mais um caso sem desfecho. “A gente denunciou na delegacia e ficou por isso mesmo. Ainda estamos esperando resultado. Foi levado para o Ministério Público, mas não tivemos retorno. Fora isso, o busto em homenagem à Mãe Gilda foi depredado já mais de uma vez e, inclusive, tivemos dificuldade na delegacia porque a delegacia queria registrar como vandalismo e não como intolerância religiosa”, diz a ialorixá Jaciara.

Fique por dentro

Injúria - O crime está previsto no artigo 140 do Código Penal. A pena é de detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. A injúria consiste na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou à condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Injúria racial - Quando as ofensas de conteúdo discriminatório são empregadas a pessoa ou pessoas determinadas por motivação de cor.
Racismo - Constante do artigo 20 da Lei nº 7.716/89, somente será aplicado quando as ofensas não tenham uma pessoa ou pessoas determinadas, e sim venham a menosprezar determinada raça, cor, etnia, religião ou origem, agredindo um número indeterminado de pessoas. Penas superiores às do crime de injúria racial.

Como denunciar?

O aplicativo Mapa do Racismo e da Intolerância Religiosa recebe registro de ato criminoso. Além disso, a vítima pode procurar a delegacia mais próxima e registrar a queixa.

Apoio Vinculado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), o Centro de Referência ao Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela oferece apoio psicológico, social e jurídico a vítimas de racismo e intolerância religiosa na Bahia.

‘Os ataques afetaram ela’, diz neta de Mãe Dede

Como os ataques começaram e como ocorriam?
O terreiro tem 45 anos e a Igreja surgiu bem depois, mais recentemente. Quando ela se instalou aqui, logo em seguida os ataques começaram. Antes disso, nunca tínhamos tido nenhum problema do tipo. Aí eram gritos, pessoas jogando sal na porta, insultando, dançando aqui na frente. Todo mundo ia lá pedir para eles pararem, a gente dizia que ela estava debilitada, doente, mas, ainda assim, os insultos continuavam. Depois do falecimento, acho que eles se impactaram e também já houve a queixa e eles receberam as intimações, então, com isso, os ataques acabaram. Uma pena que isso tenha custado a vida de minha avó.

De que maneira isso tudo afetou a saúde de Mãe Dede e contribuiu com a morte dela?
Os ataques afetaram ela psicologicamente, ela ficou debilitada. Ela já tinha certa idade e, ouvindo aqueles insultos na sua porta toda hora, vendo o pessoal jogando sal e nos tratando daquele jeito, uma hora ou outra aquilo iria machucar ainda mais.

Como sua avó reagia? O que você pode contar sobre ela?
Minha avó era uma pessoa que só espalhava amor, acolhia a todos que chegavam, não merecia isso. Ela era ialorixá de Iansã e a história dela se mistura à história do terreiro. É uma história linda. Não tinha quem passasse pelo terreiro e não ficasse impactado, marcado de alguma forma pela risada dela, o seu abraço, o acolhimento. A pessoa poderia até não gostar do axé, mas, com certeza, ia gostar de minha avó.

Como foi o processo da denúncia até a condenação?
A Mãe Meire ficou à frente disso, junto com a abiã da casa, Paula. Elas levaram provas, gravações, já que aqui na frente do terreiro sempre teve câmeras de segurança, então isso ajudou. Mas foi um processo de sofrimento, de anos de impunidade. Mas, apesar da punição tardia, é muito simbólica e importante. Ela representa esperança e espero que sirva de exemplo e represente todo o povo de axé. É preciso aprender a respeitar a fé do outro. Estamos falando de um país laico, onde temos direito perante à lei de expressar a nossa fé. Só queremos ter esse direito garantido.

 

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Como parte das ações do programa Cultura Todo Dia, a Prefeitura de Camaçari, através da Secretaria da Cultura (Secult), realizou nesta terça-feira (8/6), a entrega dos fardamentos dos alunos do curso de balé da Cidade do Saber, em ato simbólico, realizado na parte externa do complexo, seguindo todos os protocolos de saúde exigidos durante a pandemia. Os kits são compostos por sapatilha, meia-calça, collant e saia.

A secretária Márcia Tude, falou da satisfação em realizar a ação. “A Cultura teve hoje enorme alegria de entregar o fardamento para os alunos de balé da Cidade do Saber. As nossas oficinas ano passado, nas modalidades de música, teatro e dança formaram cerca de 1800 alunos a distância. Esse ano, totalizando todas as turmas de balé, já são cerca de 300 alunos”.

A entrega do fardamento se estende até sexta-feira (11/06), no período da manhã, das 9h às 11h30, e no período da tarde, das 13h30 às 16h, e para retirada dos kits, a secretaria de cursos está realizando agendamento com os pais para evitar aglomerações.

Fonte: Ascom PMC

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Para apoiar o grupo de comerciantes do Centro de Camaçari, a Prefeitura de Camaçari, através da Superintendência de Trânsito e Transporte Público (STT) atuará na fiscalização do trânsito na ação Comércio Unido Salva Vidas. A iniciativa visa fazer uma campanha de conscientização da população contra a Covid-19 e, a partir desta quarta-feira (9/6) até sábado (12/6), das 6h às 18h, não será permitido o estacionamento nas vias Getúlio Vargas e Adelina de Sá.

No período só será autorizada a circulação de veículos, carga e descarga e embarque e desembarque de passageiros. A iniciativa é realizada pelo grupo Comércio Unido e Forte (CUF) com o envolvimento da maioria dos comerciantes da região.

O grupo ainda instalará quatro barreiras de acesso com objetivo de garantir a segurança sanitária e a não utilização do estacionamento promovendo o distanciamento social, melhorando a circulação de pessoas, são eles: no início da Adelina de Sá ao lado do Shopping Riviera e outro ao final; um no começo da avenida Getúlio Vergas, na praça Desembargador Montenegro, e o último ao fim da via, na praça Abrantes. Nos locais haverá aferição de temperatura, distribuição de máscaras e disponibilização de álcool em gel.

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