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Tirar carteira de motorista custa em média R$ 2,6 mil em Salvador e RMS

Tirar carteira de motorista custa em média R$ 2,6 mil em Salvador e RMS

Como quase todos os adolescentes que finalizam o ensino médio, Franciele Luz, que hoje tem 23 anos, queria realizar o sonho de tirar carteira de motorista. O plano, infelizmente, teve que ser adiado por conta do custo alto do processo que dá direito à Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o qual não cabia no orçamento apertado. Uma pesquisa realizada pelo CORREIO aponta que é preciso desembolsar, em média, R$ 2.635 para ficar habilitado para dirigir um carro hoje em Salvador e Região Metropolitana.

A partir de agosto deste ano, passou a valer a Portaria nº 184, do Detran-BA, que estabelece os limites mínimo e máximo que os centros de formação de condutores (CFC), autoescolas, devem cobrar dos futuros motoristas. Para quem deseja se habilitar na categoria B, exclusiva para carros, o valor das aulas práticas podem variar entre R$ 79,25 e R$ 82,90. Isso significa que se uma autoescola decidir cobrar o valor máximo, é preciso pagar R$ 1.658 somente pelas 20 horas de direção.

Mas dentro do pacote também estão inclusos o custo com as 45 horas de aulas teóricas, que variam entre R$ 382,95 e R$ 502,65, e os materiais didáticos utilizados. Além disso, a nova portaria estabelece a obrigatoriedade de os CFCs cobrarem pelo aluguel do veículo que será utilizado na prova prática, valores que custam entre R$ 53,76 e R$ 139,98, a depender do tipo do veículo. No caso de carros, as autoescolas podem cobrar até R$ 89,08.

Na autoescola Dirija Bem, por exemplo, o valor do aluguel não era cobrado aos alunos antes da obrigatoriedade. “A gente não cobrava o valor do carro para o primeiro exame, mas com a portaria do Detran passamos a cobrar. Por isso, desde o dia 1º de agosto o preço subiu por conta da mudança”, afirma Rose Santos, que trabalha no centro de formação. Na Dirija Bem, as aulas teóricas e práticas de carro juntas saem por R$ 1.990.

Só o valor pago diretamente às autoescolas, que pode chegar a R$ 2.071, já seria um peso considerável no orçamento de Franciele Luz, recém-formada em Psicologia. Mas ainda é preciso pagar R$ 237,36 pelo laudo, além de R$ 128 para realizar o exame médico e R$ 170 pela avaliação psicológica.

“Tirar a carteira sempre foi um sonho para mim, desde os meus 18 anos, mas na época eu não trabalhava, então acabou que não foi uma prioridade. Mas agora está tendendo ao impossível por causa dos valores. Não é apenas o custo do laudo e da autoescola, tem os valores do deslocamento, preço de provas e outras coisas”, reclama Franciele.

A jovem conta que chegou a fazer alguns orçamentos em CFCs, mas nunca foi adiante no processo.

Para o diretor de ensino da autoescola Nota 10, Obi Soares, os valores cobrados pelos centros de formação tiveram um reajuste de 30% durante a pandemia, o que é explicado pela inflação que atinge automóveis e gasolina, por exemplo. O diretor revela ainda que precisa pagar cerca de R$ 80 mil para colocar um carro popular à disposição dos alunos.

Obi Soares acredita que o tabelamento de preços feito pelo Detran-BA é importante para que não haja discrepância de preço entre os centros que prestam o serviço.

“Antes os centros podiam cobrar várias taxas extras. Já com a nova portaria, não pode mais. Outra coisa importante é que agora todas as autoescolas são obrigadas a fornecer nota fiscal”, cita.

No início do ano, o custo médio da habilitação para carro era de R$ 1.900 e para moto (categoria A), R$ 1.600.

Por etapas
Para quem não tem o dinheiro para pagar o pacote inflacionado à vista e também não quer parcelar, já que isso pode aumentar cerca de R$ 100 os valores cobrados, Obi indica que a pessoa faça o processo por etapas.

“A pessoa pode pagar inicialmente só a parte teórica e depois a prática, mas isso depende da autoescola. Isso também é interessante porque o aluno pode mudar de centro no meio do processo, não fica preso à aquela autoescola”, explica.

Centros pesquisados pela reportagem informaram que demora, em média, de três a quatro meses para que o motorista tenha sua carteira em mãos.

O valor cobrado pelos centros de formação em Salvador não destoa do que é cobrado no restante do país. No estado de São Paulo, por exemplo, todo o processo para se habilitar custa entre R$ 1.200 e R$ 2.000, de acordo com o Sindicato das Auto Moto Escolas e Centro de Formação de Condutores de São Paulo (Sindautoescola-SP). A diferença de 60% no valor final ocorre justamente porque lá os preços não são tabelados.

Custos extras
Para quem está tirando a primeira habilitação, o nervosismo pode custar caro. O estudante Rodrigo Portela, 21, sabe bem disso. Se quem realiza todas as etapas no tempo certo e sem perder em nenhuma avaliação desembolsa menos de R$ 3 mil na capital baiana, o valor pago pelo jovem ultrapassou os R$ 5 mil. Para piorar, a pandemia atrasou os prazos dos exames e Rodrigo só tirou a carteira de motorista um ano e meio após pagar o primeiro laudo.

A temida baliza foi a causa para que o estudante de Jornalismo fosse reprovado duas vezes na prova prática que consiste, além de estacionar o veículo entre dois protótipos, a meia embreagem e o circuito. Cada laudo emitido pelo Detran dá direito para que o aluno realize duas tentativas, mas é preciso pagar um valor de R$ 135 para fazer a prova novamente.

Quando foi realizar a terceira tentativa, Rodrigo precisou comprar um novo laudo, de R$ 237,36, e foi reprovado de novo. Somente na quarta tentativa o jovem conseguiu ser aprovado. O problema é que a cada vez que perdia na prova, ele fazia aulas extras na autoescola, sendo que cada uma delas custava R$ 75. Pelos cálculos de Rodrigo, foram cerca de 30 aulas extras, o que lhe custou R$ 2.250.

“Eu acho que o preço em si da autoescola, caso a pessoa passe de primeira, é justo. O que eu não acho interessante é o sistema de avaliação do Detran, que induz você a perder, para ganhar mais dinheiro”, afirma. Em uma das vezes que foi reprovado, a justificativa dada pelo Detran foi que Rodrigo teria “usado o cinto de segurança irregularmente”.

“Eu procurei instrutores de autoescola e ninguém soube explicar o que significa usar o cinto irregularmente. Eu solicitei as imagens de dentro do carro, mas a autoescola afirmou que as câmeras só ficam ligadas durante as aulas. Como não tive acesso, seria a minha palavra contra a do avaliador”, explica.

Questionado, o Detran-BA não esclareceu o que significa utilizar o cinto de maneira irregular. O Sindicato das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores do Estado (Sindauto-BA) também foi procurado, mas não retornou até a finalização desta reportagem.

Valores cobrados por autoescolas em Salvador e Região Metropolitana

1. Diriga Bem (Barra): Carro (R$ 1.990) e moto (R$ 1.228)

2. Aliança (Politeama): Carro (R$ 2.037) e moto (R$ 1.664)

3. Nota 10 (Brotas): Carro (R$ 2.037) e moto (R$ 1.664)

4. Veja (Campo Grande): Carro (R$ 2.038) e moto (R$ 1.664)

5. F1 (Vilas do Atlântico): Carro (R$ 2.100) e moto (R$ 1.750)

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    Promovido pela Prefeitura de Camaçari, através da Secretaria da Cultura (Secult), o certame é o terceiro de quatro editais realizados no município com aplicação dos recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG). As inscrições devem ser feitas por meio do Mapa Cultural de Camaçari, neste link https://mapacultural.camacari.ba.gov.br/oportunidade/19/#info

    Serão contempladas as linguagens de música; teatro, dança, circo e ópera; radiodifusão e novas mídias; livro e literatura; artes gráficas; artes plásticas, visuais e artesanato; cultura popular, manifestações e festas populares; patrimônio cultural material e imaterial; biblioteca; arquivo, memória e documentação; estudos e pesquisa artístico cultural; design e moda; ensino das artes e arte-educação; feiras livres; intercâmbios culturais; manifestações étnico-culturais, de gênero e de orientação sexual; saberes, técnicas, linguagens e tradições; gastronomia; e arquitetura.

    O Camaçari Criativa está dividido em: categoria A, para projetos de R$ 20.616,37, com a seleção de 14 proponentes; e categoria B, para projetos de R$ 10.616,37, que dispõe de 34 vagas. Em ambos os grupos, ficam garantidas cotas étnico-raciais, para pessoas negras (pretas e pardas) e indígenas.

    Podem se inscrever pessoas físicas maiores de 18 anos; microempreendedores individuais (MEI); coletivos/grupos sem CNPJ, representado por pessoa física; pessoas jurídicas de direito privado, com fins lucrativos; e pessoa jurídica sem fins lucrativos (associação, fundação, cooperativa, etc.). Em todos os casos, o local de sede/residência deve ser em Camaçari.

    Os projetos devem contar com medidas de acessibilidade compatíveis com as características dos produtos resultantes, de modo a contemplar: no aspecto arquitetônico, recursos de acessibilidade para permitir o acesso de pessoas com mobilidade reduzida ou idosas aos locais onde se realizam as atividades culturais, além de banheiros, áreas de alimentação e circulação; no aspecto comunicacional, recursos de acessibilidade para permitir o acesso de pessoas com deficiência intelectual, auditiva ou visual ao conteúdo dos produtos culturais gerados pelo projeto, pela iniciativa ou pelo espaço; e no aspecto atitudinal, a contratação de colaboradores sensibilizados e capacitados para o atendimento de visitantes e usuários com diferentes deficiências e para o desenvolvimento de projetos culturais acessíveis.

    Os agentes culturais contemplados no edital deverão realizar contrapartida social a ser pactuada com a administração pública, sendo assegurados a acessibilidade de grupos com restrições e o direcionamento à rede de ensino da localidade.

    Para a seleção, serão critérios: na etapa de análise técnica, será analisado o potencial de realização da proposta; adequação orçamentária e viabilidade; e acessibilidade da proposta. Na etapa de mérito cultural, são critérios a conformidade com o Plano Municipal de Cultura; relevância cultural; potencial de impacto cultural e contrapartida social; e descentralização.

    Ainda serão acrescidas notas de bonificação, pontuando propostas que abordem manifestações e temáticas de grupos menorizados; diversidade da equipe básica, que abrange pessoa com deficiência (PcD), diversidade étnica, mulheres, e LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, bissexuais, trans, queer, interssexuais, assexuais, pansexuais, além de demais orientações sexuais e identidades de gênero); e se o proponente responsável pertence a grupo menorizado.

    Para auxílio aos interessados, a Secult disponibiliza atendimento presencial nos núcleos de Orientação Cultural (NOC) Cidade do Saber, localizada na Rua do Telégrafo, s/n, bairro Natal; e Arembepe, situado na galeria Arembepe Centro Empresarial, sala 1, térreo, no Loteamento Vilarejo, que encontra-se à direita da entrada principal da localidade, em frente ao Posto de Informações Turísticas Nidinho; além dos centros culturais Vila de Abrantes, que fica na Rua da Matriz, s/n; e Barra do Pojuca, na Rua Filogonio Gomes de Oliveira, s/n. Os equipamentos funcionam de segunda a sexta, das 9h às 17h.

    Outras informações podem ser obtidas no edital e anexos, que estão disponíveis no Portal da Secult neste link. Para detalhes complementares, os interessados podem entrar em contato pelo endereço de e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou através do telefone (71) 3644-9824.

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