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Livraria Saraiva fecha todas as suas unidades em Salvador

Livraria Saraiva fecha todas as suas unidades em Salvador

Após 13 anos de operação em Salvador, a partir desta segunda (21) todas quatro Mega Stores da Livraria Saraiva na capital baiana deixam de funcionar. A confirmação foi feita, pela gerente das unidades da rede no estado, Elisângela Nunes. A empresa não quis comentar o motivo do fechamento nem deu detalhes sobre o volume de demissões com o fim das lojas físicas.

As livrarias instaladas no Shopping da Bahia, Barra, Salvador e Paralela, inclusive, já haviam começado a fazer promoções com descontos progressivos de 20% a 40%. Porém, é possível encontrar produtos no outlet com redução de 90%. Na loja virtual, na aba ‘Nossas Lojas’, as unidades do estado não aparecem mais na lista da rede.

Em nota, a Saraiva escreveu que “constantemente está avaliando a rede de lojas e definindo sobre fechamentos, assim como outros varejistas, fazendo parte de sua estratégia regular. Devido a companhia ser de capital aberto e não poder compartilhar detalhes dessa estratégia”.

A notícia já havia movimentado as redes sociais nos últimos dias por fãs da livraria, mesmo sem a confirmação oficial da Saraiva, que chegou a Salvador em 2007. A proposta de mega store trazia formato de negócio inovador diante das lojas mais tradicionais e logo conquistou um público cativo.

“Se antes tínhamos a Siciliano que era um ambiente mais frio, distante, a Saraiva oferecia um ambiente mais aconchegante e acolhedor, sendo que ainda contava com um catálogo absurdo de livros. A chegada da rede aqui coincidiu com o meu maior interesse pela leitura e, em especial, pela coleção de quadrinhos. Era sempre bom ir até à livraria e ver as novidades, trocar uma ideia, participar dos eventos ou simplesmente fazer hora lendo um livro”, lembra o publicitário Gilberto Coelho, de 33 anos.

Para o estudante Felipe Motta, de 23 anos, não é só uma loja a menos, mas o fechamento de um espaço de cultura. “Várias vezes eu comecei a ler um livro lá antes de comprar. E eu penso que digitalmente você pode não ter esta oportunidade. Por mais que a gente tenha a facilidade do digital de tudo ali na tela do computador, ainda tem essa questão de como isso pode ser impactante na cultura da leitura de quem frequentava esses lugares”, afirma.

A produtora de conteúdo, Renata Pinheiro, de 27 anos, é mais uma que também lamenta o fim da Saraiva e a redução de livrarias na cidade: “só quem ama livros, que gosta sabe como é a emoção de cheirar um livrinho novo, ter a experiência de ver os lançamentos. Eu entrava lá e passava horas. Era um lugar que nos acolhia. Espero que o incentivo à literatura não se perca”.

Dívidas
Em maio, quando as lojas físicas estavam impedidas de funcionar por conta da pandemia, a Saraiva já havia anunciado o fechamento de diversas livrarias em São Paulo, no Distrito federal, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Além das sete unidades distribuídas nestes estados, outras 12 lojas em outras regiões, entre elas, a localizada no Shopping da Bahia, em Salvador, corriam o risco de fechamento, caso os custos não fossem renegociados.

O diretor de negócios do grupo, Deric Guilhen, havia divulgado um comunicado aos funcionários da rede, anunciando o fechamento de algumas das lojas, associando a causa aos prejuízos causados pela suspensão das atividades devido à crise do coronavírus. No segundo trimestre de 2020, o prejuízo da Saraiva cresceu 64% com perda de R$ 118,2 milhões, no período. A receita entre os meses de abril a junho caiu 82%.

Há dois anos, a Saraiva entrou com um pedido de recuperação judicial, após acumular uma dívida de R$ 675 milhões. Na época, eram 85 lojas em 17 estados. No ano passado, a rede centenária de varejo líder de vendas de livros no país, apresentou plano de recuperação dos seus negócios aos credores, em que a companhia propôs pagar apenas 5% da sua dívida em 15 anos em parcelas anuais por 14 anos, após 12 meses de carência.

A dívida já chegava a R$ 684 milhões quando a proposta foi feita. Os 95% restantes do débito seriam transformados em debêntures (títulos de dívidas) a serem emitidos em 2034, 16 anos a partir da homologação do plano pela Justiça. Depois de uma série de entraves, o acordo foi aprovado permitindo que a empresa pagasse 5% da dívida ao longo de 15 anos.

Efeitos
Escritor baiano, Edgard Abbehusen, diz que não vai ser mais a mesma coisa ir ao shopping e não encontrar a livraria. “Soube que a Leitura, do Bela Vista, fechou e a Cultura, do Salvador Shopping, antes mesmo da pandemia, foi reduzida pela metade. É um baque enorme pra gente que gosta de livro. Quando você escreve um livro, o seu sonho é ter a sua obra na prateleira de uma livraria. As livrarias físicas super importantes na formação do leitor. E ter uma ou duas delas a menos, apesar da minha esperança de renovar espaços, machuca”.

Abbehusen destaca ainda, a perda para o mercado editorial do país como um todo, sobretudo, diante de um cenário de crise. “A livraria física dá a oportunidade do autor encontrar os seus leitores e se conectar com eles de perto. O mercado editorial no Brasil hoje vive uma crise e não tem nada a ver com o avanço das possibilidades digitais. É uma crise puxada por gigantes. Acredito que o país fica um pouco mais ferido quando uma livraria fecha as portas”, completa.

Fonte: Correio

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    Promovido pela Prefeitura de Camaçari, através da Secretaria da Cultura (Secult), o certame é o terceiro de quatro editais realizados no município com aplicação dos recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG). As inscrições devem ser feitas por meio do Mapa Cultural de Camaçari, neste link https://mapacultural.camacari.ba.gov.br/oportunidade/19/#info

    Serão contempladas as linguagens de música; teatro, dança, circo e ópera; radiodifusão e novas mídias; livro e literatura; artes gráficas; artes plásticas, visuais e artesanato; cultura popular, manifestações e festas populares; patrimônio cultural material e imaterial; biblioteca; arquivo, memória e documentação; estudos e pesquisa artístico cultural; design e moda; ensino das artes e arte-educação; feiras livres; intercâmbios culturais; manifestações étnico-culturais, de gênero e de orientação sexual; saberes, técnicas, linguagens e tradições; gastronomia; e arquitetura.

    O Camaçari Criativa está dividido em: categoria A, para projetos de R$ 20.616,37, com a seleção de 14 proponentes; e categoria B, para projetos de R$ 10.616,37, que dispõe de 34 vagas. Em ambos os grupos, ficam garantidas cotas étnico-raciais, para pessoas negras (pretas e pardas) e indígenas.

    Podem se inscrever pessoas físicas maiores de 18 anos; microempreendedores individuais (MEI); coletivos/grupos sem CNPJ, representado por pessoa física; pessoas jurídicas de direito privado, com fins lucrativos; e pessoa jurídica sem fins lucrativos (associação, fundação, cooperativa, etc.). Em todos os casos, o local de sede/residência deve ser em Camaçari.

    Os projetos devem contar com medidas de acessibilidade compatíveis com as características dos produtos resultantes, de modo a contemplar: no aspecto arquitetônico, recursos de acessibilidade para permitir o acesso de pessoas com mobilidade reduzida ou idosas aos locais onde se realizam as atividades culturais, além de banheiros, áreas de alimentação e circulação; no aspecto comunicacional, recursos de acessibilidade para permitir o acesso de pessoas com deficiência intelectual, auditiva ou visual ao conteúdo dos produtos culturais gerados pelo projeto, pela iniciativa ou pelo espaço; e no aspecto atitudinal, a contratação de colaboradores sensibilizados e capacitados para o atendimento de visitantes e usuários com diferentes deficiências e para o desenvolvimento de projetos culturais acessíveis.

    Os agentes culturais contemplados no edital deverão realizar contrapartida social a ser pactuada com a administração pública, sendo assegurados a acessibilidade de grupos com restrições e o direcionamento à rede de ensino da localidade.

    Para a seleção, serão critérios: na etapa de análise técnica, será analisado o potencial de realização da proposta; adequação orçamentária e viabilidade; e acessibilidade da proposta. Na etapa de mérito cultural, são critérios a conformidade com o Plano Municipal de Cultura; relevância cultural; potencial de impacto cultural e contrapartida social; e descentralização.

    Ainda serão acrescidas notas de bonificação, pontuando propostas que abordem manifestações e temáticas de grupos menorizados; diversidade da equipe básica, que abrange pessoa com deficiência (PcD), diversidade étnica, mulheres, e LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, bissexuais, trans, queer, interssexuais, assexuais, pansexuais, além de demais orientações sexuais e identidades de gênero); e se o proponente responsável pertence a grupo menorizado.

    Para auxílio aos interessados, a Secult disponibiliza atendimento presencial nos núcleos de Orientação Cultural (NOC) Cidade do Saber, localizada na Rua do Telégrafo, s/n, bairro Natal; e Arembepe, situado na galeria Arembepe Centro Empresarial, sala 1, térreo, no Loteamento Vilarejo, que encontra-se à direita da entrada principal da localidade, em frente ao Posto de Informações Turísticas Nidinho; além dos centros culturais Vila de Abrantes, que fica na Rua da Matriz, s/n; e Barra do Pojuca, na Rua Filogonio Gomes de Oliveira, s/n. Os equipamentos funcionam de segunda a sexta, das 9h às 17h.

    Outras informações podem ser obtidas no edital e anexos, que estão disponíveis no Portal da Secult neste link. Para detalhes complementares, os interessados podem entrar em contato pelo endereço de e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou através do telefone (71) 3644-9824.

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