Vereadores e população acompanham audiência pública de prestação de contas da Secretaria da Saúde

Os vereadores de Camaçari participaram, na manhã desta quinta-feira (29/05), da Audiência Pública destinada à prestação de contas do 1º quadrimestre de 2025 da Secretaria de Saúde (Sesau). A atividade foi aberta pelo presidente da Comissão de Saúde da Casa, Dr. Elias Natan (PSDB) e os dados do período foram apresentados pela secretária Rosângela Almeida, e por demais representantes da pasta.

Ela iniciou a fala apresentando a equipe que compõe a Sesau e falou sobre o planejamento da secretaria. “São muitas as ações previstas, entre elas a implantação de mais unidades de atendimento, como Unidades Básicas de Saúde, UPA de Abrantes, UPA de Monte Gordo, Policlínica Regional. O Hospital Municipal também está nesse planejamento, que fortalecerá consideravelmente nossa saúde”, antecipou.

Sobre os dados da Atenção Especializada, Rucely Finamore, que é diretora de Média e Alta Complexidade, citou as 27 unidades de atendimentos, além dos mais de 16 mil atendimentos nas Policlínicas, 5.247 mil atendimentos no Centro de Atenção à Saúde da Mulher, 2.280 atendimentos no Centro de Oncologia de Camaçari, dentre outros números contabilizados no período.

Uma das queixas da comunidade presente em plenário esteve relacionada ao fornecimento de medicamentos. O farmacêutico Tiago Moreira, destacou diversos desafios na área, dentre eles a burocracia do processo de aquisição de medicamentos pelo município. “O processo licitatório dura pelo menos quatro meses para ser concluído. Temos 174 itens a serem licitados durante este ano e muitas vezes não conseguimos acelerar o processo fazendo aquisição através de dispensa de licitação”, explicou. Ele ainda mencionou que, em janeiro, só foram encontrados em estoque 82 itens dos 350 que o município tem obrigação de fornecer. “Em muitos casos, tivemos que começar o processo licitatório do zero”, acrescentou.

Em relação aos recursos investidos na saúde municipal, o diretor financeiro e administrativo, Gustavo Ribeiro, informou que o 1º quadrimestre registrou uma receita de R$ 109,7 milhões, aproximadamente. Já em relação às despesas, foram gastos cerca de R$ 99,9 milhões. “Nosso maior desafio foi manter a rede de saúde funcionando por conta de despesas anteriores que não foram empenhadas e que se tornaram dívidas que comprometeram o nosso orçamento”, afirmou.

Após a apresentação, foi aberto espaço para a participação da população, que apresentou questionamentos e pontuações sobre o tema, dentre elas a de diversas mães atípicas que relataram as dificuldades para atendimento dos seus filhos. Uma delas, Lílian Lacerda, do Instituto Social Neuratípico (ISNA), falou sobre falta de medicamentos para regulação de pacientes com autismo. Em respostas a estes questionamentos em específicos, a secretária respondeu que foi criado um grupo de trabalho para tratar das demandas de atendimento de pacientes e mães atípicas. Pelo WhatsApp disponibilizado pela Câmara também chegaram questionamentos sobre falta de aparelho para realização de exames preventivos em mulheres, demora na marcação de consultas, ausência de médicos clínicos em unidades, dentre outros.

Os parlamentares também participaram do debate. O líder do Governo, vereador Tagner Cerqueira (PT), afirmou que todos os problemas relatados na audiência são verdadeiros e que é preciso se debruçar em cada um e solucionar as questões. “Não estamos aqui para esconder problemas. Temos muitas questões e como governo precisamos resolver. Mas também é preciso explicar à população a origem desses problemas e que não é possível resolver tudo em apenas quatro meses de gestão. Temos uma demanda urgentíssima que é o atendimento para pacientes atípicos e quero dizer que a gestão está comprometida em resolver”, registrou.

O vereador Dr. Elias Natan (PSDB), que é ex-secretário da pasta, reafirmou que fazer saúde é algo muito complexo, pois as demandas são subdimensionadas e os recursos necessários para sanar as necessidades não são compatíveis. “A expectativa da cidade era que os avanços conquistados anteriormente fossem pelo menos mantidos. Mas não vemos isso, inclusive com queixas relacionadas à falta de médicos, medicamentos e tantos outros problemas. Existia o programa de cirurgias eletivas que foi descontinuado, por exemplo. Não podemos permitir uma saúde que não atenda as demandas da nossa população”, afirmou.

Também falaram os vereadores Dílson Magalhães (PP), Ivandel Pires (Sem Partido), Dentinho do Sindicato (PT), Dr. Samuka (PRD), Jackson Josué (União), Jamessom (PL), João Dão (PSB), Maurício Qualidade (União) e Niltinho Maturino (PSDB).